sábado, 25 de junho de 2011

Akita



A origem do Akita é bastante controversa. Alguns historiadores chegam a afirmar que os ancestrais do Akita eram provenientes da Europa, tendo surgido no Japão antes destas terras terem sido separadas pelo mar. O que ninguém questiona é sua antiguidade: sua presença foi registrada há mais de 300 anos.

O Akita era inicialmente usado como cão de briga, esporte muito popular no Japão desde a idade média. No século XIX, as rinhas ainda eram muito freqüentes no país e os cães eram chamados de "Odate", por causa do nome da cidade onde se encontravam. Por volta de 1897, os cães da província de "Tosa", uma das áreas mais famosas pela briga de cães, foram levados à província de Akita. Inicialmente, os Akitas Inu eram mais fortes do que os Tosas mas, gradualmente, foram sendo superando devido ao cruzamento dos Tosas com cães europeu. Em razão do aumento da mestiçagem e preocupado em manter a pureza da raça, o prefeito de Odate fundou, em 1927, a Akita-Inu Preservation Society. Nesta mesma época, o interesse por briga de cães começou a declinar.

A paixão do povo japonês pela raça, a maior das 6 raças japonesas, é tão intensa que o governo do Japão nomeou o Akita como ‘riqueza e monumento nacional’ em 1931.

O primeiro Akita a ir para os Estados Unidos foi levado em 1937, por uma senhora chamada Helen Keller que conheceu o cão em visita à província de Akita. No entanto, a conquista da América pelos Akitas começou mesmo após a II Guerra Mundial, quando muitos cães, na sua grande maioria mestiços com Pastor Alemão, foram levados para os Estados Unidos que começou a promover a raça como cão de guarda. Alguns anos depois, foi a vez do Japão iniciar um trabalho para recuperar o aspecto oriental (e original) da raça que havia sido perdido.

Destes esforços para salvar a raça, praticamente extinta, resultaram praticamente 2 tipos de Akita com diferenças sensíveis, criando assim talvez a maior polêmica da cinofilia nos últimos tempos.

Para preservar o que consideravam como o Akita original, o Japan Kennel Club promoveu mudanças no padrão da raça aceito pela FCI, distanciando-o ainda mais do padrão seguido pelos americanos. Entre as principais mudanças realizadas em 92, estão a inclusão de um maior detalhamento quando ao tipo físico aceitável para o Akita e também diversas restrições, o que atingiu de maneira intensa as criações baseadas nos padrões americanos.

Entre as penalidades estão:

a cor malhada, definindo que manchas brancas são toleradas mas a ausência delas é preferível; e principalmente

a máscara preta, que é considera pelos japoneses um símbolo da falta de autenticidade do Akita, por indicar sua mestiçagem com o pastor alemão.

Diante da diversidade entre os chamados tipo ‘americano’ e tipo ‘japonês’ há algumas correntes propondo que ambos sejam reconhecidos como raças distintas, o que poderia contemplar criadores de ambos os países. No entanto, essa decisão ainda depende de muita negociação, mas em países como a França, os cães precisam passar por uma avaliação de um juiz com 12 meses de idade e, caso tenha máscara, o pedigree não é confirmado pela entidade. Veja aqui as novas diretrizes de criação aprovadas em 1999.

Japonês
Americano

Cores Sésamo. Branco
Tigrado. Vermelho.

De preferência não Malhado

Qualquer cor
Máscara Considerado como falta Permitida, mas não obrigatória
Altura Até 70 cm Até 71 cm
Estrutura Moderada Pesada
Focinho Mais afilado Ligeiramente mais ‘cheio’
Orelhas Mais curtas, estreitas, inclinadas para frente Mais longas, largas na base, menos inclinadas para frente
Apesar da polêmica, a popularidade do Akita no Brasil cresce sem parar, tendo sido a 11ª raça em número de registros na CBKC (entidade brasileira de cinofilia).

Personalidade

O Akita é um cão de guarda por excelência. Silencioso, forte e inteligente, é considerado extremamente leal. A maior ‘prova’ dessa qualidade é a história de Hachiko (seção de curiosidades). É um cão bastante dominante e por isso precisa de donos que saibam impor claramente seus limites, sem no entanto usar de apelar para o uso de violência.

O Akita não é exatamente um cão ‘brincalhão’, mas sabe conviver muito bem com os membros de sua família a fim de obter carinho e atenção. Também não é do tipo que faça festa com estranhos e até mesmo mostra-se reticente com as pessoas que não são do seu convívio diário.

Por seu temperamento ‘reservado’, convive bem com crianças desde que estas não sejam muito ‘brutas’ nas brincadeiras e, de preferência, que tenham sido criados juntos.

Já o relacionamento do Akita com outros cães é marcado pela disputa pela posição de superioridade na hierarquia familiar. Assim, desde que o Akita seja o ‘líder’ pode conviver com outros cães de maneira ‘pacífica’, mas de maneira geral, o Akita não convive bem com outras raças e podem surgir brigas e disputas até mesmo com outros Akitas.

O Akita está na 54ª posição do ranking de inteligência para o trabalho elaborado por Stanley Coren - veja em A Inteligência dos Cães. Seus resultados podem ser explicados pela dificuldade "natural" que tem em aceitar ordens de estranhos. Por isso, recomenda-se que desde cedo o próprio dono invista algumas hora na educação de seu cão.


Filhote


O Akita quando filhote assemelha-se a uma ‘pelúcia’... No entanto, por seu temperamento dominante e independente, é conveniente iniciar desde cedo o treinamento de obediência e deixar claros os seus limites dentro da ‘matilha’.

Akitas são cães limpos e não tem dificuldade em aprender as regras básicas de higiene. Apesar de ser uma raça bastante independente, preferem estar perto dos donos do que sozinhos no fundo do quintal. Exercícios regulares são altamente recomendados para evitar que se transformem em cães entediados e destruidores.


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